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sexta-feira, abril 23, 2004

o concerto dos tindersticks deixou-me em silêncio. é isto.

quinta-feira, abril 15, 2004

os diasfelizes felizes voltam ao quotidiano depois da Pâscoa.voltar de férias é como passar a outra dimensão, custa, apetece reinventar os relógios, o modo de andar, os rostos dos outros, a cor das meias, o modo de fazer a barba.tiro os livros de férias das malas:o Depois da Bomba, do Philip K. Dick ( a velhinha colecção Argonauta de novo em acção), A Ilha dos Condenados, do Stig Dagerman, e o O Muro do Jean-Paul Sartre, estes dois últimos ainda por ler.hei-de ser sempre infeliz por não conseguir ler livros nos comboios.

amanhã:Tindersticks.

terça-feira, abril 06, 2004

I AM IN LOVE WITH A JAPONESE POP SINGER
Snow Bird (Cubic Music/Happy) 2003

o amor chega de Tokyo e apanhou-me desprevenido. não sei o que fazer. quero morrer-lhe nos braços, passear com ela em jardins minúsculos e floridos de flores roxas, atravessar pontes de madeira de mãos dadas de dedos entrelaçados, abrir uma loja de bonsais, retirar os livros do Mishima todos da prateleira, ver os filmes do Ozu até à exaustão, entrar num curso de arranjos florais, morrer-me, morrer-me por dentro só para a ouvir cantar e me salvar. a menina chama-se Piana e é a coisa mais bonita que já me aconteceu desde o primeiro beijo ou da primeira audição do Gardens Where We Feel Secure da Virgínia Astley. o disco chama-se Snow Bird e é editado pela Happy, uma label dedicada à divulgação da pop music alternativa Japonesa. Snow Bird, o primeiro disco de Piana, de nome verdadeiro Naoko Sasaki, é o primeiro lançamento da etiqueta, em reedição, e não poderia haver melhor estreia. o disco da menina é bonito de fazer doer os olhos com lágrimas felizes, perfuma o corpo com uma melancolia frágil, que nunca pensei ser possível existir sem se partir de imediato. Snow bird é um mundo inteiro de introspecção, beleza e delicadeza que nos envolve o corpo e nos transposta para um mundo distante, algures no coração. música feita de pele, ruídos celestiais e uma voz de envergonhar anjos e trupes inteiras de querubins, as canções de Piana deixam-nos prostrados de beleza e de simplicidade e têm um único destino possível: ser amadas para todo o sempre. é de referir ainda que a menina não só escreve, como toca, grava e produz todo o álbum. depois deste disco os dias felizes nunca mais serão os mesmos e têm um único desejo: apanhar o avião para Morioka, no Japão, onde a menina vive e depois morrer.

Piana
DISCOGRAPHY: SOLO WORKS
Snow Bird (Cubic Music/Happy) 2003

本作"snow bird"は、作詞・作曲、ヴォーカルはもちろん、レコーディングから
マスタリングに至る作業をほぼピアナ自身が一人で成し遂げた
正真正銘の意欲的なソロ・アルバムです(一部、岩下が参加)。
全編を通して漂う、少女の独白にも似た内省的な歌。
そしてそれを取り巻くように舞い散る、控えめで、
しかしどこかファニーなバックトラック。
それらは、ややもすると見逃してしまいそうな
世界の小さな機微たちを、彼女が自分自身の音楽という
みずみずしい掌でそっと、壊さないように掬い上げているかのように
聞こえるかもしれません。
ピアナが信じ夢想する、優しくもどこか危うい
ナチュラル・ボーン・エステティクスの世界を、
貴方自身のオープンな耳と感性で確かめてみてください。

domingo, abril 04, 2004

[V]IRÓTICA

[V]IRÓTICA é uma peça-performance que esteve em cena dias 1, 2 e 3 de Abril, no Teatro Nacional D.Maria II. A coisa prometia e os dias felizes foram todos contentes ver o que saíria desta colgaem de textos do Naked Lunch (1959) e Electronic Revolution (1971), do velho dandy beat W. Burroughs.Ao entrar no salão nobre do teatro, com os fulminantes lustres alumiados de azul marinho e os bustos bovino-pagões iluminados nas paredes, via-se uma mesa rodeada de laranjeiras, à laia de éden artificial, cheia de bocados de carne esquartejada, vulgo costoletas e outras miudezas,no meio de copos de água, jornais e outros adereços.No entanto, o que se passou depois, apesar da sempre interessante actuaçao da maria emília correia nao deixou de ser decepcionante.o que deveria ser uma interação entre a actuaçao dos dois músicos e a actriz, nunca chega a acontecer e o pretendido jogo cénico, músical e textual nunca toma efectivamente forma, limitando-se o espectador a seguir, com mais ou menos atenção, o corpo, a maior parte das vezes hirto, da actriz, e as palavras declamadas de Burroughs, pela voz particular da maria emília correia. convenhamos que, mesmo o lado cénico se apresenta empobrecido face às potencialidades plásticas dos textos de Burroughs, o que não deixa de ser um desperdício.Não basta recorrer ao escatológico como mero adereço, espetar peixes em lanças ou pretender chocar o espectador com xarope de groselha escarrado lentamente para um balde, para adaptar da forma mais conseguida as palavras provocadores e sempre ácidas de Burroughs.Se a palavra é um virus este contaminou muito pouco.pelo menos é escusado compramos antibiótico, até porque este é só para bactérias.Um bocadinho mais de literatura, drogas e sexo trangressor, sff, já que a originalidade escasseia.


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