sábado, junho 26, 2004
Osdiasfelizes 0 – P.J Harvey 4
Fura dels Baus 0 – P.J. Harvey 3
La Mala Educacion 1 – P.J. Harvey 2
Como qualquer alma incauta que se aventure nestes dias felizes, por mistérios do destino, à espera de encontrar algo em que vale a pena raspar os olhos, proclamo a morte oficial de qualquer tentativa, ainda que tímida, de escrever regularmente para este Blog, no qual me passeio à sombra do meu umbigo, (umbigo discreto, pois claro), sem protector solar, chapéu-de-sol ou qualquer outro artefacto veranil. O sol aqui é fraco e não queima a pele, sinto-me em casa.
Desiludido no entanto com os Fura Del Baus, que trouxeram a Portugal um trabalho frouxo e constrangedor, digno de ser apresentado na feira de Carcavelos ou qualquer outro ajuntamento sócio-cultural de massas. TVI com eles. Uma vergonha que me faz sentir velho, nostálgico. Que saudades da estufa fria!
Outra coisa que não me anda a encaixar bem é o novo filme do Almodóvar. Com muita pena minha pois gostava de escrever uma coisinha mais seria sobre o assunto. Travestis, operações plásticas, mamas, snifs de coca, overdoses, realizadores de cinema, escritores e editoras, personagens autênticas, enredos policiais, colégios religiosos, saras montieis e outros quejandos intermináveis não chegam para fazer um filme que me surpreenda. È mais duro sim senhor, e chega a roçar o excelente “ A lei do Desejo”, e os primórdios fabulosas de Almodôvar, mas não me alcançou o coração. Cinicamente underground para um público notoriamente mainstream, La Mala Education não é um mau filme de Almodôvar, mas é como fazer sempre sexo na mesma posição, para quem já experimentou o kamasutra: é chato, mecânico e dá caimbras. A não ser que seja uma primeira obra, claro está.
Almodôvar será sempre incapaz de um mau filme, ainda mais quando os dois últimos são obras primas fabulosas, e não tem de ceder a ninguém para além de si mesmo, mas para quem viu os primeiros filmes de Almodôvar, à época, La Mala Educacion não pode deixar de saber a refogado e a roupa-velha. Filme umbilical, destinado a homoerotizar em grande escala o rabo do rapazote do filme, aqui bastante aquém da grande interpretação que nos deixou no espectacular Amores Perros, de Alejandro González Inárritu e que revi há pouco tempo. Refiro-me ao actor e não ao rabo. Pronto, agora quem gostou do filme venha cá bater-me.
Mas, nem tudo é tristeza e comiseração nostálgica. Ando viciado no novo álbum da P. J Harvey, que, embora não sendo genial, faz entrar em mim doses alucinantes de boa música para as veias. Sexy, melancólico, agressivo, intimista, faz maravilhas pela alma.
Shame, shame, Shame
Shame is the Shadow of Love
Fura dels Baus 0 – P.J. Harvey 3
La Mala Educacion 1 – P.J. Harvey 2
Como qualquer alma incauta que se aventure nestes dias felizes, por mistérios do destino, à espera de encontrar algo em que vale a pena raspar os olhos, proclamo a morte oficial de qualquer tentativa, ainda que tímida, de escrever regularmente para este Blog, no qual me passeio à sombra do meu umbigo, (umbigo discreto, pois claro), sem protector solar, chapéu-de-sol ou qualquer outro artefacto veranil. O sol aqui é fraco e não queima a pele, sinto-me em casa.
Desiludido no entanto com os Fura Del Baus, que trouxeram a Portugal um trabalho frouxo e constrangedor, digno de ser apresentado na feira de Carcavelos ou qualquer outro ajuntamento sócio-cultural de massas. TVI com eles. Uma vergonha que me faz sentir velho, nostálgico. Que saudades da estufa fria!
Outra coisa que não me anda a encaixar bem é o novo filme do Almodóvar. Com muita pena minha pois gostava de escrever uma coisinha mais seria sobre o assunto. Travestis, operações plásticas, mamas, snifs de coca, overdoses, realizadores de cinema, escritores e editoras, personagens autênticas, enredos policiais, colégios religiosos, saras montieis e outros quejandos intermináveis não chegam para fazer um filme que me surpreenda. È mais duro sim senhor, e chega a roçar o excelente “ A lei do Desejo”, e os primórdios fabulosas de Almodôvar, mas não me alcançou o coração. Cinicamente underground para um público notoriamente mainstream, La Mala Education não é um mau filme de Almodôvar, mas é como fazer sempre sexo na mesma posição, para quem já experimentou o kamasutra: é chato, mecânico e dá caimbras. A não ser que seja uma primeira obra, claro está.
Almodôvar será sempre incapaz de um mau filme, ainda mais quando os dois últimos são obras primas fabulosas, e não tem de ceder a ninguém para além de si mesmo, mas para quem viu os primeiros filmes de Almodôvar, à época, La Mala Educacion não pode deixar de saber a refogado e a roupa-velha. Filme umbilical, destinado a homoerotizar em grande escala o rabo do rapazote do filme, aqui bastante aquém da grande interpretação que nos deixou no espectacular Amores Perros, de Alejandro González Inárritu e que revi há pouco tempo. Refiro-me ao actor e não ao rabo. Pronto, agora quem gostou do filme venha cá bater-me.
Mas, nem tudo é tristeza e comiseração nostálgica. Ando viciado no novo álbum da P. J Harvey, que, embora não sendo genial, faz entrar em mim doses alucinantes de boa música para as veias. Sexy, melancólico, agressivo, intimista, faz maravilhas pela alma.
Shame, shame, Shame
Shame is the Shadow of Love
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