sábado, fevereiro 28, 2004
mais uma sexta feira
devo ser a única alma que pede certidões da conservatória do registo predial às 23:46 horas de uma sexta feira.tenho um problema com as sextas feiras, confesso.tenho-lhes medo.chego a casa e depois fico assim, paralisado, nem consigo tirar a roupa da semana, responder aos mails, regar a bonsai,dar comer aos peixes.não sei o que se passa.a minha teoria é que é por causa da calvície.
o disco da jolie holland - catalpa, é magnífico.
devo ser a única alma que pede certidões da conservatória do registo predial às 23:46 horas de uma sexta feira.tenho um problema com as sextas feiras, confesso.tenho-lhes medo.chego a casa e depois fico assim, paralisado, nem consigo tirar a roupa da semana, responder aos mails, regar a bonsai,dar comer aos peixes.não sei o que se passa.a minha teoria é que é por causa da calvície.
o disco da jolie holland - catalpa, é magnífico.
sexta-feira, fevereiro 27, 2004
sou perseguido por jornais.acumulam-se na minha vida como uma
praga.guardo tudo.nunca consigo lêr nada.por vezes tenho ataques sádicos e leio 15 ou 20 de uma vez, numa tarde de sábado.faço recortes.leio noticias com 3 meses de atraso, descubro exposições magníficas que já não estão em cartaz, entrevistas fabulosas sobre assuntos que já perderam a importância, notícias sobre pessoas vivas que entretanto já morreram.às vezes entro em pânico e destruo tudo, dou à vizinha para embrulhar o peixe e o cocó do cão.muitas vezes arrependo-me e volto atrás, chego a ir ao lixo à procura de uma crítica de música que afinal era tudo para mim, de um nome de alguém que afinal me faz sentido, de uma fotografia, de um texto sobre um filme.eu odeio jornais,mas não posso passar sem o cheiro da tinta, sem o ritual.os jornais deveriam ser objectos de arte, intocáveis, coisas para pendurar na parede, memoriais, diários de vida, coisas fora do quotidiano.gostava de poder contar tudo isto à minha vizinha que embrulha o peixe com a morte dos outros, todos os dias, sem ninguém saber.
praga.guardo tudo.nunca consigo lêr nada.por vezes tenho ataques sádicos e leio 15 ou 20 de uma vez, numa tarde de sábado.faço recortes.leio noticias com 3 meses de atraso, descubro exposições magníficas que já não estão em cartaz, entrevistas fabulosas sobre assuntos que já perderam a importância, notícias sobre pessoas vivas que entretanto já morreram.às vezes entro em pânico e destruo tudo, dou à vizinha para embrulhar o peixe e o cocó do cão.muitas vezes arrependo-me e volto atrás, chego a ir ao lixo à procura de uma crítica de música que afinal era tudo para mim, de um nome de alguém que afinal me faz sentido, de uma fotografia, de um texto sobre um filme.eu odeio jornais,mas não posso passar sem o cheiro da tinta, sem o ritual.os jornais deveriam ser objectos de arte, intocáveis, coisas para pendurar na parede, memoriais, diários de vida, coisas fora do quotidiano.gostava de poder contar tudo isto à minha vizinha que embrulha o peixe com a morte dos outros, todos os dias, sem ninguém saber.
sábado, fevereiro 21, 2004
Se isto não tornar um homem vegetariano, o que tornará?
hoje de manhã choquei contra um homem do talho, ao virar uma esquina.daqueles de batas brancas cheias de sangue, restos de carne, lambuzados de patas de perú, bofes de vaca, vísceras de porco.cheio de farelos de carne no casaco fiquei perfumado a carne, a comer tangerinas até ao fim da noite.é triste levar com um lombo de porco em cima.quem sabe receitas de saladas só com rebentos de soja?
hoje de manhã choquei contra um homem do talho, ao virar uma esquina.daqueles de batas brancas cheias de sangue, restos de carne, lambuzados de patas de perú, bofes de vaca, vísceras de porco.cheio de farelos de carne no casaco fiquei perfumado a carne, a comer tangerinas até ao fim da noite.é triste levar com um lombo de porco em cima.quem sabe receitas de saladas só com rebentos de soja?
quinta-feira, fevereiro 19, 2004
hoje não há Blog.doíem-me os ouvidos, a parte interior dos ossos, a cabeça, as plaquetas sanguíneas, os pontos negros, o céu da boca, o polegar esquerdo e a maça de adão. em suma, estou escangalhado.acontece, não é?
terça-feira, fevereiro 17, 2004
Do Pai, do Filho, do Irmão, do Amor e do Sangue Deles
Pai e Filho, de Alexander Sokurov
O Seu Irmão, de Patrice Chéreau
O Grande Peixe, de Tim Burton
Destes três filmes unidos pelo signo do sangue, pela exploração profunda do universo masculino entre homens que partilham o mesmo sangue, pulsante, físico, por vezes brutal, geralmente pouco explorado pelo cinema, só o filme de Tim Burton se encontra ainda infelizmente em exibição. Pai e Filho, segundo tomo da trilogia familiar encetada por Sokurov com o portentoso e inesquecível Mãe e Filho, com exibição discreta em Lisboa, só para aficionados do herdeiro de Tarkovsky, é um filme único, encerrado sob a sua própria beleza como o amor do pai pelo filho e do filho pelo pai se confina ao universo fechado do seu próprio afecto e passa para o lado do mito, do impossível, do inexpugnável, porque mais nada importa para além dele. Filmado como se a luz opaca fosse a alma que assenta sobre os corpos e os fizesse dialogar entre si, surpreendentemente físicos, como um só corpo, o outro de si. Sukurov, com Pai e Filho realiza um filme que se vê e sente quase como uma experiência religiosa. Se o erotismo da magnífica cena inicial com a fusão dos corpos nus dos actores, envolvidos fortemente num feixe de carne, veias, sombras e respiração animal é campo de uma representação assumidamente corpórea, como se um nascesse do outro, a cena funcionando como a representação física do amor filial, serve apenas, para além da óbvia provocação estética, como forma de diminuir a distância que medeia um corpo do outro corpo e os aproximar da unidade da alma, de um mundo interior que nos escapa. Cineasta espiritual por definição, Sukurov filma a história do amor filial entre um pai e um filho pertencente a um plano mítico inatingível ao comum dos mortais, com laivos biblícos, como um longo e austero poema visual, recorrendo a uma Lisboa transfigurada em cidade russa, com uma beleza e luz que não lhe julgaríamos possíveis, utilizando como recurso estético primordial neste filme as influências da pintura de Turner e de outros pintores da escola europeia do Século XIX. Morta a Mãe, pai e filho vivem a memória da ausência, prenúncio da separação ou do reencontro do outro, inseparáveis no amor e afastados pelo medo. Inesquecíveis os corpos dos actores, o do pai, de uma carnalidade brutal, muscular e rude e o do filho, belo, límpido e sacrificial, no filme mais espiritual de Sukurov.
O Seu Irmão, de Patrice Chéreau é já um dos melhores filmes estreados em Portugal em 2004, com uma exibição mais do que discreta nos circuitos comerciais e destinado a ser pertença apenas de alguns. Debruçando-se, como em Pai e Filho sobre o amor entre dois homens pertencentes à mesma família, neste caso dois irmãos, Chéreau leva-nos a uma viagem brutal à degradação de um corpo que caminha impotente em direcção à morte, não como mero exercício de revolta mas como desejo de vida, num realismo cru e directo, sem complacências ou concessões estéticas. Thomas procura Luc quando sabe que pode morrer a qualquer instante, vítima de uma doença sanguínea incurável. Luc, o irmão mais novo, reencontrando o irmão acompanha-o no doloroso processo de morte, assistindo à degradação do corpo de Thomas e permitindo-se amá-lo na doença, encara a sua própria morte e os seus próprios medos, revendo-se no corpo do irmão, partilhando-lhe o sangue, o afecto e o amor. Impressionante a cena em que as auxiliares de enfermaria preparam, sob o olhar de Luc, o corpo nu de Thomas para a operação, virando-o, rapando-lhe os pêlos do peito, das pernas, do púbis, como se este fosse uma mera metáfora humana, um corpo esvaziado e reduzido à irrredutibilidade da doença. Thomas, partilhando o mesmo sangue de Luc, mas marcado pela inevitabilidade do fim, procura neste a última plataforma do amor, antes de ceder à morte e rebentar em sangue contra as rochas batidas pelo mar, porque ainda habitado pela vida.
O Grande Peixe, de Tim Burton, retoma o universo particular do realizador,apresentando-nos um filme que oscila entre a estranheza, a fábula e o sentimental. Burton, debruça-se, na essência, sobre o reencontro de um filho com o pai, sobre a herança afectiva, a identidade e a memória da infância, o aceitar do amor, da distância e do outro, intercalando o melodrama com o eclodir de uma realidade alternativa que vai abrindo progressivamente uma fissura na realidade anódina do quotidiano, constituindo o let motiv do desenrolar da acção, contanto a verdadeira, ou noutro perspectiva, a falsa história de Edward Bloom.Tim Burton, realiza assim um filme de pendor estranhamente clássico, entrando com contenção nos caminhos do melodramático, maravilhosamente inclassificável, que nos arrasta para um caleidoscópio fabuloso de histórias e imagens de contos de fada onde Ewan McGregor, no papel de Edward Bloom, caixeiro viajante, vive as mais fantásticas aventuras, misturando o imaginário das histórias infantis com o surreal, o kitsch e o espaço mítico. É soberba a cena final em que o filho, aceitando finalmente o pai, perde as referências racionais e assiste à morte deste numa cama de hospital, subjugando finalmente a realidade à emoção, carregando o corpo do pai nos braços, para o levar a morrer simbolicamente no rio, como uma fábula onde a morte não existisse e fosse apenas um grande peixe nadando eternamente sob as águas.
Pai e Filho, de Alexander Sokurov
O Seu Irmão, de Patrice Chéreau
O Grande Peixe, de Tim Burton
Destes três filmes unidos pelo signo do sangue, pela exploração profunda do universo masculino entre homens que partilham o mesmo sangue, pulsante, físico, por vezes brutal, geralmente pouco explorado pelo cinema, só o filme de Tim Burton se encontra ainda infelizmente em exibição. Pai e Filho, segundo tomo da trilogia familiar encetada por Sokurov com o portentoso e inesquecível Mãe e Filho, com exibição discreta em Lisboa, só para aficionados do herdeiro de Tarkovsky, é um filme único, encerrado sob a sua própria beleza como o amor do pai pelo filho e do filho pelo pai se confina ao universo fechado do seu próprio afecto e passa para o lado do mito, do impossível, do inexpugnável, porque mais nada importa para além dele. Filmado como se a luz opaca fosse a alma que assenta sobre os corpos e os fizesse dialogar entre si, surpreendentemente físicos, como um só corpo, o outro de si. Sukurov, com Pai e Filho realiza um filme que se vê e sente quase como uma experiência religiosa. Se o erotismo da magnífica cena inicial com a fusão dos corpos nus dos actores, envolvidos fortemente num feixe de carne, veias, sombras e respiração animal é campo de uma representação assumidamente corpórea, como se um nascesse do outro, a cena funcionando como a representação física do amor filial, serve apenas, para além da óbvia provocação estética, como forma de diminuir a distância que medeia um corpo do outro corpo e os aproximar da unidade da alma, de um mundo interior que nos escapa. Cineasta espiritual por definição, Sukurov filma a história do amor filial entre um pai e um filho pertencente a um plano mítico inatingível ao comum dos mortais, com laivos biblícos, como um longo e austero poema visual, recorrendo a uma Lisboa transfigurada em cidade russa, com uma beleza e luz que não lhe julgaríamos possíveis, utilizando como recurso estético primordial neste filme as influências da pintura de Turner e de outros pintores da escola europeia do Século XIX. Morta a Mãe, pai e filho vivem a memória da ausência, prenúncio da separação ou do reencontro do outro, inseparáveis no amor e afastados pelo medo. Inesquecíveis os corpos dos actores, o do pai, de uma carnalidade brutal, muscular e rude e o do filho, belo, límpido e sacrificial, no filme mais espiritual de Sukurov.
O Seu Irmão, de Patrice Chéreau é já um dos melhores filmes estreados em Portugal em 2004, com uma exibição mais do que discreta nos circuitos comerciais e destinado a ser pertença apenas de alguns. Debruçando-se, como em Pai e Filho sobre o amor entre dois homens pertencentes à mesma família, neste caso dois irmãos, Chéreau leva-nos a uma viagem brutal à degradação de um corpo que caminha impotente em direcção à morte, não como mero exercício de revolta mas como desejo de vida, num realismo cru e directo, sem complacências ou concessões estéticas. Thomas procura Luc quando sabe que pode morrer a qualquer instante, vítima de uma doença sanguínea incurável. Luc, o irmão mais novo, reencontrando o irmão acompanha-o no doloroso processo de morte, assistindo à degradação do corpo de Thomas e permitindo-se amá-lo na doença, encara a sua própria morte e os seus próprios medos, revendo-se no corpo do irmão, partilhando-lhe o sangue, o afecto e o amor. Impressionante a cena em que as auxiliares de enfermaria preparam, sob o olhar de Luc, o corpo nu de Thomas para a operação, virando-o, rapando-lhe os pêlos do peito, das pernas, do púbis, como se este fosse uma mera metáfora humana, um corpo esvaziado e reduzido à irrredutibilidade da doença. Thomas, partilhando o mesmo sangue de Luc, mas marcado pela inevitabilidade do fim, procura neste a última plataforma do amor, antes de ceder à morte e rebentar em sangue contra as rochas batidas pelo mar, porque ainda habitado pela vida.
O Grande Peixe, de Tim Burton, retoma o universo particular do realizador,apresentando-nos um filme que oscila entre a estranheza, a fábula e o sentimental. Burton, debruça-se, na essência, sobre o reencontro de um filho com o pai, sobre a herança afectiva, a identidade e a memória da infância, o aceitar do amor, da distância e do outro, intercalando o melodrama com o eclodir de uma realidade alternativa que vai abrindo progressivamente uma fissura na realidade anódina do quotidiano, constituindo o let motiv do desenrolar da acção, contanto a verdadeira, ou noutro perspectiva, a falsa história de Edward Bloom.Tim Burton, realiza assim um filme de pendor estranhamente clássico, entrando com contenção nos caminhos do melodramático, maravilhosamente inclassificável, que nos arrasta para um caleidoscópio fabuloso de histórias e imagens de contos de fada onde Ewan McGregor, no papel de Edward Bloom, caixeiro viajante, vive as mais fantásticas aventuras, misturando o imaginário das histórias infantis com o surreal, o kitsch e o espaço mítico. É soberba a cena final em que o filho, aceitando finalmente o pai, perde as referências racionais e assiste à morte deste numa cama de hospital, subjugando finalmente a realidade à emoção, carregando o corpo do pai nos braços, para o levar a morrer simbolicamente no rio, como uma fábula onde a morte não existisse e fosse apenas um grande peixe nadando eternamente sob as águas.
antes de arrumar o livro do Capinan fragmento dois poemas:
No meu espelho há uma face que me olha
e não me vê (...)
(...) Os que fogem são implacavelmente perseguidos
para fora de seus espelhos partidos.
hoje cortei-me a fazer a barba. o sangue devolve-me a imagem.empapa o algodão.
hoje prometo-me ser mais eu no quotidiano.hoje prometo-me rasgar o dia para fora dos outros.hoje prometo-me cantar o sangue.
No meu espelho há uma face que me olha
e não me vê (...)
(...) Os que fogem são implacavelmente perseguidos
para fora de seus espelhos partidos.
hoje cortei-me a fazer a barba. o sangue devolve-me a imagem.empapa o algodão.
hoje prometo-me ser mais eu no quotidiano.hoje prometo-me rasgar o dia para fora dos outros.hoje prometo-me cantar o sangue.
revejo livros antigos, poemas que nunca li ou que esqueci, poetas fora de ordem, sensações que perdi de coisas que se perderam de mim, fotografias em sépia, rostos,espelhos que nunca parti porque tinham a imagem de ti.este poema do capinan faz-me lembrar o summer dress dos red house painters.dou-to.
Quero te dar um vestido com um desenho que ainda
não sei como será
Penso frutas, dragões, sereias
Fantasias que nem ainda sei bordar
Mas quero te dar um vestido, quem sabe de areia
Quem sabe de uma linha que não se saiba cozer
Penso te dar um vestido bordado de ambos os lados
do querer
Nem te quero vestir
Nem quero que o vejas nem que o queiras talvez
quero te dar um vestido que a minha alma deseja
In Confissões de Narciso, José Carlos Capinan
Quero te dar um vestido com um desenho que ainda
não sei como será
Penso frutas, dragões, sereias
Fantasias que nem ainda sei bordar
Mas quero te dar um vestido, quem sabe de areia
Quem sabe de uma linha que não se saiba cozer
Penso te dar um vestido bordado de ambos os lados
do querer
Nem te quero vestir
Nem quero que o vejas nem que o queiras talvez
quero te dar um vestido que a minha alma deseja
In Confissões de Narciso, José Carlos Capinan
sábado, fevereiro 14, 2004
as sextas-feiras à noite são aterradoras.
sexta-feira, fevereiro 13, 2004
a minha amiga lebre está doente.se pudesse dava-lhe um arrozal novo com paisagem ao fundo e três ramos de tílias frescas.
vida intensa e breve, pensou a lebre, correndo sobre as
ervas do mundo.
José Agostinho Batista
in Biografia
vida intensa e breve, pensou a lebre, correndo sobre as
ervas do mundo.
José Agostinho Batista
in Biografia
quinta-feira, fevereiro 12, 2004
chega-se a casa, tira-se a farda, o fato, a gabardine, descalçam-se os sapatos, a gravata, poisa-se a pasta, limpam-se os óculos, olha-se a cama ainda desfeita, a casa entardecida pelo fim do dia, o cão, as escadas de madeira, o cheiro familiar da sala, o quotidiano doméstico.tenho saudades de chegar a casa e esconder o tabaco, tirar o piercing da orelha, atirar a roupa ao chão, ouvir os bauhaus, agarrar-me ao telefone durante horas, andar descalço, vestir as levis rotas, a t-shirt velha dos joy divison, ficar parado com as minhas coisas, ler as tuas cartas,sentir-me inteiro durante a noite inteira, e ainda depois, e depois, e depois.
hoje comprei uns sapatos novos.detesto comprar sapatos novos.
tenho nas mãos um livro do Luis Cernuda:
Sentado sobre um golfo de sombra vais sendo já sombra tu todo.Sombra a tua cabeça, sombra o teu ventre, sombra a tua vida mesma.
o album: sufjan stevens - greetings from michigan the great lakes state
tenho nas mãos um livro do Luis Cernuda:
Sentado sobre um golfo de sombra vais sendo já sombra tu todo.Sombra a tua cabeça, sombra o teu ventre, sombra a tua vida mesma.
o album: sufjan stevens - greetings from michigan the great lakes state
quarta-feira, fevereiro 11, 2004
o meu sistema operativo recupera de um cancro terminal.os dias felizes voltam como um pneu recauchutado.
Maria, espero que a tua share reserve novas surpresas.já não consigo passar sem ela.
Maria, espero que a tua share reserve novas surpresas.já não consigo passar sem ela.
domingo, fevereiro 01, 2004
ontem foi um dia estranho.fui vêr os the great lesbian show, desgraçei a minha humanidade num Mcdonald´s, estive a ver fotografias do Nepal, destruí sem querer o meu relógio-puzzle de cartão,descobri que o jorge reis-sá, da quasi, é fanático dos Queen,fui perseguido por um elvis presley em miniatura, andei sozinho durante meia hora debaixo de chuva, pisei o cão quando cheguei a casa e tirei do soulseek a banda com o nome mais feio de todos os tempos, os Charalambides.o albûm chama-se Unknow Spin e entra-se nele como num Inverno baixinho.recomendo.
ontem, afinal, não vomitei.a Formosa está salva.
ontem, afinal, não vomitei.a Formosa está salva.